segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ECOLOGICAMENTE CORRETA

A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ECOLOGICAMENTE CORRETA

Ariadna Marques1; Cleocimar de Souza Neves2; Mônica Terço3

1,2,3Acadêmicos do Curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Nilton Lins

RESUMO: As diversas teorias econômicas sobre os problemas do desenvolvimento econômico em nosso planeta afirmam que o homem, como raça dominante, tem necessidades de consumo infinitos ou ilimitados, para as limitadas capacidades produtivas dos recursos existentes. Dessa forma, há necessidade da procura de recursos alternativos para sua sobrevivência. Para compensar as suas limitações o homem aprende a economizar. Mas o que mostra o início do século XXI, é que o homem não aprendeu ainda a lição de casa, pois o planeta chegou à sua capacidade máxima produtiva; demonstra isso através das variações climáticas nas temperaturas, degelos das grandes áreas congeladas do Ártico, aumento do nível dos mares e redução da camada de ozônio responsável pela filtragem dos raios solares. Para crescer economicamente, o homem precisa aprender a conservar o que ainda existe dos recursos produtivos herdados dos antigos grupos humanos, que apenas caçavam, pescavam e tiravam da terra toda a sua riqueza e alimentação.

PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável

INTRODUÇÃO
No principio de nossa história, a pesca, a caça e o pastoreio eram as principais atividades econômicas dos grupos humanos, que dividiam essas atividades entre os seus membros; essa era a base da teoria de divisão do trabalho, segundo a visão Adam Smith (1723-1790). Para outros pesquisadores da historia econômica, os primeiros vestígios da indústria humana seria a fabricação de utensílios de pedras, amoldadas por meio de lascas (HADDOCK LOBO, 1967). Os primeiros grupos humanos tiveram início nas famílias patriarcais, idênticas às descritas nas Escritas do Cristianismo (Bíblia), base da origem da família contemporânea. Assim nasceu a idéia de propriedade familiar, do pastoreio, as famílias iniciam as atividades agrícolas e as primeiras povoações de agricultores que se estabeleceram em terras férteis onde são fundadas as primeiras cidades permanentes dotadas de governo próprio e independente.
Com a crescente expansão das cidades permanentes, os primeiros povos de pastores e provavelmente caçadores, que passaram a viver da agricultura, não tinham como suprir as necessidades das famílias, pois a agricultura não era um processo de renovação e aproveitamento racional da terra. A solução foi expandir as fronteiras dos territórios. Com as conquistas de novas terras e a exploração de novos recursos, o homem domina a fundição de metais e a confecção de armas de guerra; os povos com maior poder econômico e bélico dominaram os mais fracos, tornando-os escravos. Com as atividades da guerra, surgem os primeiros impérios que desenharam os primeiros quadros das potências econômicas, que iniciam entre si trocas (escambo) comerciais, fato comum entre as primitivas aglomerações de caçadores. Do comércio à navegação e do enriquecimento das chamadas cidades-mãe ao desenvolvimento econômico mundial, o homem teve como determinante os diversos usos dos recursos naturais do Planeta - nas construções das cidades, florestas inteiras são derrubadas e rios desviados; grandes desertos surgem após a exploração equivocada de grande quantidade de recursos naturais. Tudo isso já ocorria em meados do ano 500 a. C.

DESENVOLVIMENTO

A utilização dos recursos naturais em busca do desenvolvimento econômico não deve continuar de forma indiscriminada, sem metodologias, sem considerar a necessidade desses recursos na vida das gerações futuras.
Aspectos Econômicos na Antiguidade e os Primeiros Impactos
Nos escritos de Tao Te King de Lao Tse e os Anacletos do Confúcio (século VI a.C), no antigo testamento do livro do Cristianismo, a Bíblia, encontramos registrados os significados de economia, nas histórias dos povos Romanos e Gregos; os relatos do desenvolvimento da economia mundial, as conquistas de outros povos realizados por esses impérios, compreendem a evolução da propriedade agrícola e o domínio da mão-de-obra escrava dos povos conquistados principalmente na construção de palácios, cidades, estradas e canais de irrigação, para as necessidades do comércio utilizavam o cobre e a prata como moeda. Para manter a administração do império os impostos geravam os recursos financeiros necessários. Com a queda dos impérios romanos e gregos, novos impérios iniciam suas investidas de domínio mundial; entre elas, destacamos: Portugal, Espanha e Inglaterra - era o inicio da Idade Média, o Sistema Feudal firma-se, as conquistas através das guerras continuam, e para manter todo o crescimento das cidades, comércios e riquezas dos novos impérios, da terra eram retirados todos os insumos que moviam as industrias exploração de metais nobres e pedras preciosas, produção agrícola, metalurgia, navegação e de mão-de-obra, que era uma fonte inesgotável desses recursos.

1.1 Revolução Industrial, União Econômico, mercado unificado

Na segunda metade do século XIX, um movimento na Inglaterra transforma os meios de produção, com a introdução da máquina que teve como base o desenvolvimento do eletromagnetismo com as experiências seguidas de muitos físicos brilhantes e a matemática de James Clerk Maxwell (Karl Max, 1818-1883). E também impulsionados pelas novas tecnologias, as teorias econômicas evoluem sobre os pensamentos de Adam Smith, Karl Max e Keynes, é o capitalismo ditando as novas regras da economia mundial, maximização de lucros e baixo custo de produção. A classe burguesa é quem direciona os caminhos do progresso e do desenvolvimento econômico.

No pós-Segunda Guerra Mundial, a palavra de ordem era a união das economias em blocos, com a finalidade de fortalecimento econômico dos países membros e redução das barreiras comercias, ajudando na redução do abismo social entre países ricos e pobre. Nessa nova ordem mundial, siglas como UNIÃO EUROPÉIA, NAFTA, MERCOSUL, PACTO E APEC passam a fazer parte de nosso dia-a-dia. Em tese, a economia mundial globalizada, com a formação de blocos comerciais, reduziu em muito as distâncias entre países vizinhos, porém ela mudou o mapa das economias mundiais; grandes potências econômicas perdem suas lideranças para países em fase de desenvolvimento, novas tecnologias reduzem as distâncias entre culturas, todos falam a mesma língua através das redes de computadores, com a transmissão instantânea de informações. Mas, para mover essa nova revolução industrial, foi preciso um aumento também da capacidade produtiva, para atender toda essa nova demanda. Porém, o sinal vermelho de alerta do planeta foi acionado, o planeta pede socorro, agora todas as potências econômicas mundiais trabalham com a idéia de crescimento racional, a palavra de ordem é Crescimento Sustentável; novas alternativas de energia e combustíveis, tudo visando reduzir o uso efetivo da exploração irracional dos recursos escassos.

2 NOVAS TECNOLIGIAS BUSCANDO O MESMO CRESCIMENTO ECONOMIA ATUAL, POREM SEM DESTRUIR O PLANETA TERRA.

O mundo agora trabalha com a necessidade de reverter o quadro de exaustão de alguns recursos naturais explorados de forma equivocada, sob pena de garantir ao planeta a redução do nível de qualidade de vida e o aniquilamento de milhares de vidas humanas por questões ambientais provocadas pelo próprio homem.
Segundo Ricardo Feijó (2001), há necessidade de investimentos elevados em novas tecnologias menos agressivas, que não é acessível a todos os países. Em análises realizadas pelo (Carbon Dioxide Information Center, 1997), da Revolução Industrial, no século XVIII, até o presente século, houve um aumento brutal na produção de CO2, subproduto da queima de combustível fóssil: cerca de sete milhões de toneladas por ano, o que elevou a temperatura global pela intensificação do efeito estufa. O aquecimento global não afeta somente o clima do planeta com: falta de água em muitas partes da terra, furacões ou degelo das grandes geleiras do Continente Ártico. Em recente relatório do governo britânico, publicado pelo jornal A Folha de São Paulo (06/11/2006), as alterações climáticas favorecem a uma redução de aproximadamente 20% do total do PIB global até 2050, o que aumentaria em cerca de um bilhão a miséria mundial até 2025; empresas do setor privado têm buscado soluções para o problema, os dirigentes dessas empresas compreendem que a mudança climática é real e precisa ser controlada, que o mundo das grandes economias precisa atuar. Os investidores já exigem que as empresas informem, em seus relatórios de administração, os níveis empresariais de emissão de gases de efeito estufa.

A aplicação de novos modelos de desenvolvimento sustentável onde as interdependentes variáveis econômicas, ambientais e sociais devem ser incluídas com prioridade máxima em todos os países de economia globalizada. Como exemplos há o Protocolo de Kyoto, onde 180 países reuniram-se para negociar a redução gradual da poluição e emissão de gases CO2, o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) que tem como objetivo ratificar o compromisso das nações em reduzir a emissão de gás carbônico, principal responsável pelo efeito estufa. “O fim do Planeta Terra não deixa de ser aterrador”, essa foi a mensagem do ex-quase-presidente dos Estados Unidos Al Gore em um documento intitulado “Uma verdade inconveniente”, onde ele expõe os impactos que o aquecimento global têm causado ao planeta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Ciência, hoje, compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade, as novas tecnologias tornam o mundo mais próximo e sem fronteiras; o homem tem quase tudo o que deseja e a cada ano busca cada vez mais satisfazer suas necessidades, o nosso processo evolutivo transformou o homem da pré-história, que deixou marcas nas paredes das cavernas, como forma de deixar para as futuras gerações parte de seus conhecimentos, no homem tecnológico, que, através das teclas de um computador, tem acesso a pistas de todo o conhecimento de bilhões de anos da humanidade, em questão de alguns poucos minutos. Mas, toda essa evolução não encontra respostas para a crise que hoje se torna real: não se encontra um modelo de crescimento econômico que consiga criar riqueza, sem ao mesmo tempo gerar pobreza; ao criar um modelo de desenvolvimento econômico sustentável, produzem-se problemas de exploração social ou climática a nível local e internacional.
Não basta tentar-se um equilíbrio ecológico social, com idéias ambientais voltadas à preservação e conservação, se ainda não foi abandonado o espírito capitalista ou os pensamentos dos antigos sábios chineses o “laissez-faire”, onde o significado da vida humana é a sua subsistência. Propostas como redução de emissão de CO2, uso de combustíveis alternativos mesmo poluentes seriam muito eficientes, se não tivessem políticas antiecológicas das grandes economias mundiais, pois o ar do planeta hoje é vendido em cotas nas bolsas de investimentos. O Brasil, por exemplo, vende seu biocombustível que necessita que grandes aéreas desmatadas para sua produção; outros sentam-se para intermináveis conferencias sobre as soluções a serem desenvolvidas nos próximos dez anos. Será que temos todo esse tempo?
Para estudiosos britânicos, a substituição dos combustíveis fósseis por biocombustivel teria mesmo efeito em trinta anos, um tempo bem inferior àquele necessário para cuidar do reflorestamento de aéreas atualmente em desmatamento na Amazônia (A Folha de São Paulo, 17/09/07). Uma proposta seria que a educação ambiental se tornasse prática, cujo início seja nos próprios lares e que cada um faça a sua parte por mais pequena que ela seja. Assim, como na fábula do homem que sozinho tentava salvar milhares de estrelas-do-mar, devolvendo-as ao mar, de uma em uma.




REFERÊNCIAS


FEIJÓ, Ricardo. Historio do pensamento Econômico, de Lao tse a Robert Lucas; Atlas, São Paulo, 2001.

HADDOCK, R. Lobo. História Econômica, Geral e do Brasil, Atlas, São Paulo, 1967.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, edições de 17/09/07 a 23/09/07.

VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez. Introdução à Economia/ Paulo E.V. Vicenconti, Silvério das Neves, 5ª edição, Fase Editora, São Paulo, 2002.

REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA. Vol. 58 nº 02, Rio de Janeiro/june 2004.

www.noolha.com.br/opovo/economian. Site especializado em economia, acessado em 26/09/07.

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